15 julho, 2005

O

Entre estas quatro paredes vazias, o meu corpo repousa nas frias lajes do chão. A solidão já não só habita interiormente. Como sangue, esta jorra dos meus poros formando um dique dentro do quarto, até rebentar pela janela, e os vidros gritarem pela noite fora. Chove solidão. Lá fora, ouvem-se os seus choros tristes, e cá dentro caem lágrimas de compreensão.

No tecto há um buraco que cresce a passos largos. Vejo a escuridão de um céu sem estrelas. A minha mente viaja até encontrar a Náusea. E depois o Nada.

merda de buracos que nos comem