22 junho, 2005

Tu, criança, eu

As cores que explodiam no céu já não tão negro a iluminar os seus olhos engrandecidos pelos sonhos e esperanças de criança
A noite a fechar-se sobre aquele corpo pequeno e luzidio
Os sorrisos nos rostos dos adultos, a fugirem, sempre a fugirem de si

Um anjo mudo parado no meio dos destroços boémios
O festejo cega as pessoas que gritam, dançam, giram à sua volta
Ouve-se o piano, o doce som das notas de piano, que embala
a menina-anjo
e entorpece os restantes

Eu vejo-te, eu sei quem és. Do meu sonho, do meu passado, voltas sempre todos os anos.

Ouve os filhos da noite que chamam por ti, cheira as rosas púrpuras que te oferecem, vê como te querem, vê como te desejam, famintos de pureza, buscam-te incessantemente, em cada esquina, em cada luar, não sentes?

do teu corpo, uma luz difunde-se
cenário branco

Fora tudo um sonho de criança.