O velho não quis saber. Entrou no café do costume, sentou-se na mesa à janela e tomou o seu pingo. Não havia preocupações. Ao nascente, um vermelho vivo coloria os céus. Vai chover, murmurou o velho. Saiu do café e tomou a rua para o jardim. À entrada do parque, um casal discutia e a criança choramingava, esquecida pela fúria dos pais. O velho não queria saber. Apressou o passo, percorreu os jardins e sentou-se no banco esquecido à sombra da tília. Abriu o livro e começou a ler calmamente as páginas soltas, à medida que mergulhava num outro mundo, numa outra vida, num outro tempo...
Começou a chover. O velho não quis saber.
7 comentários:
o livro protegia-o do mundo.
ele
Enquanto li, também não quis saber.
menina perdida
:)
gostei do que escreveste.
(tristeza)
gosto, sem exacepção, de cada vírgula, cada letra. gosto ainda mais do que tudo isto traz na sua bagagem. muito sarcasmo e muita vontade de gritar no meio de todas estas palavras. saber como dizer o "não sei o quê". gosto... e tudo mais o que esta simples palavra possa abarcar. :)
Felizmente conseguimos momentos em que nos isolamos de tudo. temos refugios na nossa mente, num livro, num corpo, num cigarro, numa palavra... e é isso que nos reserva alguma sanidade, no meio deste mundo maluco. Pelo menos é o que eu acho.
(Sad Butterfly)
é um excerto de algum livro?
That's a great story. Waiting for more. »
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