13 maio, 2010

in-vozes-tiranas

nascemos para a descoberta de uma imagem multicromada, multisonora, multisensitiva. acordamos ensonados, ainda tocados pelo inebriante manto de morfeu. pelo dia fora revivemos pedaços de sonho, aqui e ali, como choques indolores. continuamos noite adentro pelo rio do esquecimento. morrendo o éter, retornamos ao leito e ao doce hipnos

- será isto a realidade? - perguntamo-nos mais uma vez

a podridão das ruas reproduz-se no seio desta casa, pelas sombras na parede,
galopando incansavelmente pelas nossas lacunas de amor, saber e poder

esgota-se o tempo por entre as vozes de uma língua criada para a incompreensão

Clifford Ross - from the 'Hurricane' series

2 comentários:

Anónimo disse...

Zhuangzi sonhou que era uma borboleta. Enquanto voava não sabia ser Zhuangzi, em vez, esvoaça livremente, leve. Quando acordou, questionou-se: sou Zhuangzi que sonhou ser uma borboleta, ou uma borboleta que sonha ser Zhuangzi?

Sukih disse...

Adoro o blog e este texto em particular.
Continua com a boa escrita, eu vou seguir o teu blog.

Espero que passes pelo meu e me faças uma critica ^^ aceitarei-a qualquer que seja o conteudo ^^